O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que o Conselho de Segurança das Nações Unidas “deve reabrir” a discussão em torno da jurisdição sobre as Ilhas Malvinas, em disputa entre Argentina e Grã-Bretanha.
Em discurso durante a Cúpula da América Latina e Caribe, em Cancún, Lula questionou tanto a postura da Grã-Bretanha como a da ONU no episódio.
“Qual é a explicação geográfica, política e econômica de a Inglaterra estar nas Malvinas? Qual a explicação política de as Nações Unidas já não terem tomado uma decisão dizendo: não é possível que a Argentina não seja dona das Malvinas e seja um país (Grã-Bretanha) a 14 mil quilômetros de distância?”, questionou o presidente.
O presidente pediu aos 32 chefes de Estado e representantes de governo que participam da cúpula que “instiguem” a ONU a “reabrir a discussão” sobre a disputa territorial entre Argentina e Grã-Bretanha.
Histórico
As Malvinas, chamadas pelos britânicos de Falklands, são um arquipélago de dezenas de ilhas ao sul do Oceano Atlântico.
O território pertence à Grã-Bretanha, mas ele fica geograficamente próximo do litoral da Argentina, que reivindica a soberania sobre a região desde o século 19.
A Argentina invadiu o arquipélago em abril de 1982, iniciando uma guerra com a Grã-Bretanha. A vitória britânica, em junho do mesmo ano, não impediu Buenos Aires de continuar aspirando ao controle sobre as ilhas.
Os argentinos acreditam que herdaram o território dos colonizadores espanhóis, que disputaram a soberania sobre o arquipélago no século 18 com os britânicos.
Grã-Bretanha e Espanha chegaram a estabelecer colônias simultâneas nas ilhas, mas os britânicos abandonaram o assentamento, abrindo caminho para a presença de colonos argentinos – que, depois, foram expulsos pelos britânicos.
O principal argumento britânico para manter a soberania sobre as Malvinas é que, hoje, a população local é britânica e prefere manter os laços coloniais.
via: BBCBrasil
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