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terça-feira, 27 de maio de 2014

Itapura: um salto que desapareceu, uma cidade que ressurge

Itapura: um salto que desapareceu, uma cidade que ressurge

Itapura, uma cidade reerguida após o represamento de águas que abastecem as barragens de Jupiá e de Ilha Solteira.


Publicado por Fábio Ávila 

- Ao percorrer e desvendar o Estado de São Paulo, passamos por Itapura, uma cidade reerguida após o represamento de águas que abastecem as barragens de Jupiá e de Ilha Solteira. Na minha infância, entre Pereira Barreto e raçatuba, eu sempre ouvia falar do Complexo Hidroelétrico de Urubupungá. O nome me fascinava e havia um mistério indecifrável para mim. Menino, aos oito anos de idade, e vivendo em uma fazenda que era banhada pelo Rio Tietê.

Pois é meu amigo, o generoso Rio Tietê percorre 1000 quilômetros, passa pela fétida São Paulo, até chegar na antiga Colônia Militar de Itapura. O seu passado foi inundado pelo líquido colossal e volumoso do valente Rio quando da inauguração da Usina Hidroelétrica de Engenheiro Souza Dias. O então belíssimo Salto de Itapura, assim como o espetacular Salto de Avanhandava – onde também havia um núcleo militar – desapareceram da realidade paisagística local e, hoje em dia, poucos têm conhecimento de sua existência que certamente durou centenas de anos até a chegada do homem e da tecnologia que mudariam o seu destino Com a inundação, para onde foram os habitantes da cidadezinha? Por lá ficaram. Foi erguida uma cidade nova a qual surgiu desnorteada, sem passado vivido e concreto, pois a estação de ferro, as casas, tudo desapareceu da paisagem então transformada.

- Mas nem tudo desapareceu. A população se orgulha de ter ainda em pé o Palácio de Dom Pedro, uma edificação histórica, cuja construção remonta a 1869 e era a residência do Comandante do Destacamento Naval. E o casarão está em bom estado?  Não, não está. Infelizmente. É preciso buscar recursos, alertar os administradores, provocar o órgão responsável pelo seu tombamento – o CONDEPHAAT para que não deixe desaparecer de vez este precioso vestígio histórico de Itapura.

- E como é a vida por lá nos dias de hoje? 

É pacata, tranqüila, saudável, amigável. Quando lá chegamos, a amiga Pámela e eu, nos deparamos com um grupo de crianças na escadaria da igreja – era aula de catequese. Fomos muito bem recebidos por eles. Trocamos impressões, comentamos sobre nossa coluna BrasilZÃO e prometemos divulgar a existência dessa localidade simpática, fácil de ser administrada, pois sua população não chega a quatro mil habitantes.

O abandonado Palácio de Dom Pedro, patrimônio histórico tombado pelo CONDEPHAAT.

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